Foi ao ar hoje o último capítulo de Flor do
Caribe. E podemos concluir que a novela cumpriu bem seu papel em termos de qualidade
e audiência. Falando em audiência, a média de ibope da novela foi de 21,5 pontos
superando a antecessora “Lado a Lado” (18,2 pontos), ficando com quase a mesma
média de “A Vida da Gente” (21,8 pontos), e com um ponto a menos do que “Araguaia”
(22,5 pontos), a última novela do autor Walter Negrão.
No quesito qualidade, Flor do Caribe deu um
show, tendo como destaque sua brilhante fotografia que exalava luz natural e
iluminava o nordeste, as praias e as dunas que serviram como belas paisagens
durante toda a novela.
Antes da estréia, Flor do Caribe foi bastante
criticada. Uns achavam a sinopse semelhante à história de “O Conde de Monte
Cristo”, já outros pensavam que a sinopse e a paisagem eram parecidas com outra
trama de Negrão, a novela ”Tropicaliente”, exibida em 1994.
Porém no decorrer
da trama tais semelhanças ficaram em segundo plano, por exemplo, nas cenas de
ação, com o sequestro do protagonista Cassiano (Henri Castelli) e a batalha que
ele e seu novo amigo Duque (Jean Pierre Noher) tiveram que enfrentar para escapar
da prisão na Guatemala com a ajuda dos amigos tenentes e tudo isso enquanto o
vilão e ex-amigo de Cassiano, Alberto (Igor Rickli), conquistava o coração de
sua amada Ester (Grazi Massafera) no Brasil.
Sem dúvida, a novela conseguiu conquistar o
telespectador, com poucos personagens e núcleos, Walter Negrão criou uma trama
que foi agradando aos poucos, até para quem não acompanhou desde o início,
conseguindo cativar até o publico masculino com as cenas de ação, misturadas ao
romance folhetinesco que agrada em grande parte as mulheres.
O núcleo do vilão Alberto com seu avô
nazista também merece destaque. No começo da novela, o ator Igor Rickli que deu
vida a Alberto, não conduziu bem seu personagem e foi duramente criticado por
sua atuação pela crítica especializada.
Já na segunda fase da novela, com a passagem
de tempo, o ator começou a pegar o ritmo e somente após a volta de Cassiano, é
que seu personagem conseguiu mostrar que era o vilão da historia, mostrando
toda a frieza, bipolaridade, obsessão e paranóia de seu personagem, sendo uma
das grandes revelações dessa novela.
Outras revelações foram José Henrique
Ligabue e Renata Roberta pelos irmãos Lino e Dada, e Moro Anghileri e sua a
doce Cristal. Já Grazi Massafera, em seu terceiro papel como protagonista,
também merece ser reconhecida por achar o feeling da personagem sem muita
dificuldade, além de saber dosar as emoções com primor ao interpretar Ester.
Vale destacar também as atuações da atriz
Laura Cardoso com a vó/mainha Veridiana, e o ator Sérgio Mamberti na pele do
personagem nazista Dionísio e também a sofrida Guiomar, interpretada pela atriz
Cláudia Netto.
Em seu capítulo final, a novela mostrou os
clichês folhetinescos que já conhecemos como casais felizes, o vilão pagando
por suas maldades e, claro, um casamento. Até aí, a trama ficou morna até o
último bloco com o desenrolar dos personagens, no último bloco a ação que foi
destaque na primeira fase da novela, tomou conta da cena do casamento do casal
protagonista.
O ponto final da história, onde Alberto deixa um recado aos
recém-casados e em seguida comete suicídio se jogando ao mar fazendo o mesmo
casal que estava de lua-de-mel ir salvá-lo, deixando no ar a reconciliação do
trio de amigos, impactou, emocionou e surpreendeu quem esperava um ‘algo mais’.
Walter Negrão mostrou que sabe se reinventar até para cenas clichês como finais
de novela.
Resumindo, a novela pode ser considerada
excelente, ficando atrás apenas de “Cordel Encantado” e na frente de “Lado a
Lado” entre as últimas tramas exibidas às 18h, o horário, diga-se de
passagem, vem tornando-se cada vez melhor para telenovelas, com um tratamento
especial em relação aos acabamentos, produção, direção, fotografia e até
abordando temas muito interessantes, para um público diferente do prime time,
já que novela também é cultura e já está no DNA dos brasileiros.
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